Inspiro a casa, os livros, e este vento,
As formas e as essências que hoje habitam
O chão do mundo. As forças que me ditam
Seus destinos de carne e pensamento.
Pelos caminhos do ar, renovo e invento
A vida que me cerca. Noites gritam
Nos olhos estrelados, que me fitam,
Desperto em mim, e esse acordar é lento.
Recrio o amor, as árvores frondosas,
O castelo perdido, o pão, a bruma,
A idéia do cristal, o som das rosas.
Quando sinto que o sol desperta a imagem,
Morro com ar que se tornou espuma,
Sopro a palavra no papel paisagem.