Se chegares num comboio de nuvens
ou na flotilha de pressentimentos;
Se desembarcares
de um século qualquer
ou do bojo
de pássaros interplanetários;
Se vieres coma tormenta
ou simplesmente com a noite;
Se aportares
no leito vazio
ou te assentares à mesa
junto ao lugar
onde a água e o pão
se cansaram de esperar;
Percebe-me
com a realidade
com que morro agora
deste morrer de espera,
desta morte que me chama
pelo nome.
Respira-me em tua alegria e em teu sono
e o metal de meus veios,
a carne de meus bosques,
o irreal de meus sentidos,
se integrarão para sempre
na imensa paz de tua chegada.