Vem de longe, do fundo do mistério.
Peixe que se alimenta de nuvens,
Navega pelo tempo com escamas
Que se cobrirão de musgo.
Vem de longe, do coração do silêncio.
Pássaro ferido
Dorme de asas abertas
Sobre calendários.
Vem de longe, dos grandes bosques ancestrais.
Mãos de terra cobrindo nossos rostos,
Doce máscara de argila
Que inutilmente nos oculta
A verdade que cresce nos beirais.