Este cantar de amor surge em torneios
Entre gládios, brocados, refletores,
Usinas, e dragões, e elevadores,
E vivendas, e damas de alvos seios.
Na grita dos corcéis, os meus anseios
São guitarras. Um jato leva flores
Que despetalam no ar, os trovadores
Deixam fugir do fundo dos seus veios
Lavouras de palavras. Sortilégios
Penetram vidro e aço, arquitetura,
Concretos, amavios, feitos régios,
E velozes façanhas. Coroados
Os amantes percebem na ventura
A presença dos deuses desterrados.