Sei que os avós conversam nas varandas
Da casa que respira no caminho,
Alguém se esconde entre lençóis de linho
E os leitos, doidas naus de velas pandas...
A tarde, pátio largo das cirandas,
Vai girando nas asas de um moinho,
Nuvens sempre florindo em desalinho
Arrastam para longe suas landas.
Um realejo toca além da lua.
Infâncias ressuscitam tardes mortas,
E o sono das janelas sonha a rua.
O pião do dia roda entre destinos,
Estranhamente vão se abrindo as portas,
E somos novamente esses meninos!