O livro que hoje escrevo foi escrito
Em outro plano estático e diverso,
Sei que morro no fimde cada verso
E renasço no início de outro mito.
Em cada letra tinta de infinito
Há um diálogo mudo que converso
Com nebulosas de meu universo
Onde nasceu a página que dito.
Sei que sou neste instante o que já fui,
E aquilo que recebo agora flui
De um campo superior onde me deito.
Durmo além, nessa plaga que recordo:
Só escrevo neste plano onde hoje acordo,
Aquilo que ainda sonho no outro leito.