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Em Brecheret, o apolíneo e o dionisíaco sempre conviveram em perfeita harmonia.

Traz das raízes italianas a vivência do clássico, e da terra brasileira o clima de voluptuosidade do modernismo de 22.

Foi um artista de paixão. Tudo o que tocava ia se transformando em vida, em ritmo, em movimento.

Nele o moderno despe-se da herança do grotesco e o academicismo perde a face de estagnação.

Artista fascinante e fascinado buscou a sacralidade das formas que exigiam do mármore e do granito o dom de existir.

Em seus nus há algo de ritualístico, gestual de oferenda ao milagre da consciência cósmica.

No “Monumento das Bandeiras” pressente-se o elã dos sertanistas enamorados do infinito.

Toda a trajetória do artista gira em torno da procura do divino.

Nos últimos dez anos de sua vida o caminho chega ao destino.

Essa a missão deste livro realizado pelo amor de sua filha Sandra e de seu genro Luiz Fernando, guardiões dessa memória de permanência.

Na fase aqui retratada a escultura de Vitor Brecheret transforma o modernismo num encontro com a dimensão do eterno.